Uma breve história da Arte Sonora
Apesar de ser um fenômeno recente – pois se insere definitivamente como um campo sensível da arte contemporânea a partir dos anos 1990 – a Arte Sonora remonta a séculos atrás quando o som era mixado com artes visuais nas igrejas.
Com o surgimento das salas de concerto no Século XIX e o crescimento das cidades, a arte começa a expandir seu campo usual ao misturar músicas e movimento através da dança, mas é o Século XX que irá valorizar o entorno acústico esteticamente.
Os primeiros a ficarem atentos a esta nova sensibilidade moderna foram os Futuristas italianos – Filippo Tommaso Marinetti, Umberto Boccioni, Luigi Russolo e Carlo Carrà – e os Dadaístas, via Marcel Duchamp. Nos anos 40, do século passado, a música eletrônica deixa de ser uma mera curiosidade científica. Os novos instrumentos vão despertar interesse da música clássica acadêmica, como forma de sobrepujar os limites dos instrumentos eletroacústicos.
John Cage vai ampliar as concepções e possibilidades da música ao provocar os ouvintes a escutar o silêncio nas composições e sentir os ruídos espontâneos nos concertos e ao introduzir o acaso como parte da composição, sem determinação prévia. A música e a arte nunca mais foram as mesmas.
Influenciado por estas idéias, os artistas do grupo FLUXUS vão realizar a primeira releitura das vanguardas históricas e, ao mesmo tempo, incorporar o discurso sonoro a performance, ao happening, aos ambientes e esculturas sonoras, contribuindo decisivamente para atribuir estatuto estético ao som.
O planeta já está conectado às novas mídias, aos procedimentos mecânicos e a velocidade da informação. Surge como objeto de reflexão da arte: o poder da publicidade, a comunicação de massa e o consumo exacerbado de mercadorias. A tecnologia de áudio analógico, principalmente pós Segunda Grande Guerra Mundial, permite uma substancial transformação da arte sonora e sua expressividade, inundando diversos campos.
A música eletrônica deixa de ser uma curiosidade científica ou acadêmica e passa a ser incorporada ao repertório de compositores vanguardistas com a possibilidade de se expandir os limites dos instrumentos eletroacústicos e experimentar novas sonoridades.
Hoje passamos por uma mudança de paradigmas. Do padrão tecnológico analógico para o digital, em todos os processos de produção, distribuição e comercialização. Agora, a network nos permite pensar on time, on line e on site, simultaneamente. A Era Digital nos exige uma nova reflexão sobre o fazer, o meio técnico e o endereçamento.