Ativações
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EXPOSIÇÃO Arte Sonora Ano 15

Participantes de várias gerações, regiões e cidades do Brasil (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, São Paulo etc) e de outros países (EUA, Portugal etc), apresentam trabalhos e ações que transitam entre narrativas ficcionais e experiências vividas, operando diversos meios tecnológicos. Os procedimentos poéticos desses artistas investigam, de modo sensível e plural, como essa geração está enfrentando o momento atual e suas questões.

A EXPOSIÇÃO

Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, entre 25 de julho e 29 de setembro de 2024, com curadoria dos artistas e professores Franz Manata e Saulo Laudares, com 17 artistas de várias regiões do Brasil e outros países, sendo eles:Ajítẹnà Marco Scarassatti, Bruno Queiroz, Caio Cesar Loures, Denise Alves-Rodrigues, Eduardo Politzer, Gabriel Ferreira, Jean Deffense, Juliana Frontin, Leandra Lambert, Leandro Araujo, Leliene Rodrigues, Manata Laudares, Marcelo Mudou, Marta Supernova, Ulisses Carvalho e Vivian Caccuri.

ARTISTAS E OBRAS

Ajítẹnà Marco Scarassatti
Ìbí eré alárà, ou numa tradução livre e poética do yorubá, o nascimento de uma criação sobrenatural, estaria no lugar daquilo que nos acostumamos a chamar de poética. Algo que nasce como criação, ou transformação do ordinário em extraordinário. Na visão do artista, nasce a partir da escuta dos sons percebendo sua forma e construindo a imagem.

Ògún Lákáayé, oriki
2023
Objeto-instalação
Dimensões variáveis

Bruno Qual (AKA Bruno Queiroz)
Bruno Qual, é artista, produtor musical e agitador cultural. Por 10 anos acompanhou a voz de Elza Soares, criando e executando programações eletrônicas em shows. Em 2009 começou a desenvolver sistemas sonoros portáteis e através dessa prática articulou projetos como Circular Som Sistema, Nuvem Móvel, Manie Dansante e RadioLixo. Colabora no Programa Arte Sonora no Parque Lage desde 2013 e atualmente participa da gestão da residência artística Casa Figueira.

Circular Som Sistema
Circular Som Sistema é uma plataforma de derivas sonoras. Um coletivo em formato aberto que através de um triciclo equipado com caixas de som, promove encontros de músicos, djs, poetas e artistas, transitando nas fronteiras entre o tempo cênico e o espaço comum. Com um olhar para os movimentos cíclicos, de continuidades e transformações, faz do deslocamento uma prática para novas formas de experienciar o espaço público e o som. Atua desde 2018 na cidade do Rio de Janeiro e desde 2022 articula com desdobramentos nas cidades de Paris(FR) e Marseille(FR).

Caio Cesar Loures
Caio é artista sonoro e profissional do som, que vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde 2006 atua em audiovisual, música e artes visuais. Graduado em produção fonográfica pela UNESA e mestrando em Mídias Criativas pela UFRJ (PPGMC), atualmente é diretor de operações e tecnologia do Núcleo de Rádio e TV da UFRJ. Como artista sonoro, apresentou nas coletivas: Paisagens Invisíveis, MuBE SP; Happening Arte Sonora, 2015, EAV Parque Lage, RJ; Ocupação Arte Sonora, 2015, Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho, RJ.

Paisagens Sonoras Cariocas
2023
Peça sonora, 15"
Ambiências sonoras dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, capturadas com técnicas de gravação de som 360º e difusão binaural. Nesta imersão sonora, o público é transportado para as ruas de Santa Teresa, Vista Chinesa, Pedra do Arpoador, um jogo do Flamengo no Maracanã e o famoso Réveillon de Copacabana. Inspirado no conceito de “paisagem sonora” de Murray Schafer, o trabalho propõe outras percepções da cidade.

Denise Alves-Rodrigues
Denise Alves-Rodrigues é artista visual, tecnóloga autodidata e astrônoma amadora. Bacharela em Artes Visuais, vive e trabalha em Brasília/DF. Inventa aparatos e instrumentos dedicados à pesquisa e produção de tecnologias e é especialista em obras de arte e instalações interativas no museu SESI Lab em Brasília - DF. Atualmente é curadora adjunta do festival chileno Toda la Teoría del Universo e é representada pela Darling Pearls Co (UK) e Martins&Montero (BR).

Sem título (Fanfarra Cigarra-Work in Progress)
2022/2024
Objeto sonoro
Disco fonográfico 12', capa, fones de ouvido e toca discos
Num trabalho sobre a Terra, o tempo e a técnica, a artista vem captando, desde 2022, o ciciar das cigarras na cidade de Brasília a cada primavera num programa que deve seguir por 14 anos. Uma massa sonora que se estende entre as asas do Plano Piloto e que se esconde entre as árvores. O som é combinado a uma ficção científica que vem sendo construída com o auxílio da inteligência artificial.

Eduardo Politzer
Eduardo Politzer (aka Ed Marola) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista e profissional do som, desenvolve suas narrativas explorando temas ontológicos em experiências poéticas nos meios digitais. Interpretações de sonhos, delírios existenciais e ficções metafísicas convivem com imagens de pixel art, seres antropomórficos e músicas que remetem ao universo sci-fi.

Bolhalha
2024
Vídeo, 10'
Narrativa ficcional-poético-científica, construída de cacos de som e pixels que se conectam através de animações e textos, abordando temas do delírio e da imaginação dentro de um labirinto de tecnologias e relações existenciais no campo da internet, com influência estética e temática dos videogames, da arte naïf e da música eletrônica.

Gabriel Ferreira
G. Ferreira é de Goiânia, Graduado em música pela UFG (2020), foi aluno do Programa de Pós-graduação em Direção de Arte da EMAC-UFG (2022), passando por um intercâmbio acadêmico pela USU (EUA, 2015). Sua pesquisa questiona aspectos da interação e retroalimentação entre a percepção humana e as ferramentas tecnológicas. Seu trabalho tem foco na música experimental, arte sonora, fotografia, performance e mídias mistas.

Série “códigos"
2023
Impressões em papel fotográfico Ultra Glossy 180g
Tamanhos variados
A série de gravuras digitais traça implicitamente relações entre som e imagem, através da montagem de fotografias conectadas a recortes de códigos de programação musical de suas composições sonoras e inserções de trechos de textos de diferentes autores. Assimila o erro e o ruído dos processamentos digitais e ferramentas defeituosas, como elemento conceitual.

Jean Deffense
Jean é artista e designer, vive e trabalha em São Paulo. Seus trabalhos costuram o tátil e o sensorial, buscando a leveza do imaterial e a robustez do físico. No anseio por extrair materialidade do abstrato e abstração do material sua pesquisa o leva para a experimentação brusca.

O Peso
2022
Peça sonora, objeto
"O Peso" é um revival de memórias que destaca como nosso inconsciente habita, simultaneamente, arquivos de desconhecidos. A peça sonora/objeto evoca imagens edipianas de culpa, penitência e devoção. Um fado em loop contínuo serve de base instrumental para um transe induzido.

Juliana Frontin
Juliana Frontin vive e trabalha em São Paulo. É uma artista que explora o som em suas diversas dimensões e extensões no tempo/espaço. Seus trabalhos tratam da contenção sonora e seus transbordamentos, do volume ocupado no espaço e sua materialidade e possibilidades escultóricas e visuais.

Contra-volume, espaço parcial
2024
43 x 36 x 3 cm
Cera de abelha
"Contra-volume, espaço parcial" preenche o vazio do interior da tampa de um toca-discos com cera de abelha.

Leandra Lambert
Leandra Lambert é doutora em Artes, atua na música eletrônica/experimental desde os anos 90 e como multiartista desde os anos 00. Produz e experimenta com o canto, os limites da linguagem, gravações de campo, beats, rituais sônicos, programação e improviso, objetos, instalações e performances. Investiga relações entre memória, ambiente e a imaginação de futuros enquanto explora possibilidades no cruzamento de história, ficção, jogos oraculares e inteligência artificial.

Que essa ilusão se dissolva nas areias da ampulheta
2024
Objeto, dimensões variáveis
Tecido, vidro e elementos aquosos
Uma veste/cortina, coberta de ampulhetas de vidros diversos e irregulares contendo areia, água etc. Um rádio de ondas curtas sintonizado em estação do Oriente Médio e um ventilador. Entre areias e vidros, o tempo, o vento e a voz. Ondas curtas, espectro. Vestir a lembrança do deserto que foi, do que virá. Tempo é espaço. Voz deserta, prenúncio e fantasma, verbo, o que é e será.

Leandro Araújo
Leandro Araújo é natural de Goiânia. Vive e trabalha entre a capital e interior de Goiás. Possui formação em Engenharia de Computação e Artes Visuais. Sua pesquisa correlaciona natureza, cidade, tecnologias, histórias esquecidas ou imaginadas, ideais de progresso e desenvolvimento, frente a exploração desenfreada do Cerrado e o apagamento dos saberes da terra e dos povos cerratenses.

A fogo-apagou é uma ave que canta com o bico fechado
2023
Instalação da série: Chamariz
200 x 75 x 120 cm
Mídia generativa, estrutura de madeira, sacos de cimento e tv 32”
Série itinerante de trabalhos, onde o artista percorre cidades, tendo os cantos dos pássaros como condutores. Questões relacionadas ao tombamento e à conservação de partes históricas das cidades ecoam reflexões de discursos, apagamentos e interesses que moldam o espaço urbano. Sons de pássaros transmutam e corrompem imagens da cidade.

Leliene Rodrigues
Leliene Rodrigues vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seus trabalhos transitam entre o vídeo, objeto, fotografia e instalações num jogo de sensações continuadas, onde o participante/espectador investiga aspectos da alteridade. A partir de histórias cotidianas, a artista propõe experiências onde as cenas se estruturam em narrativas quase documentais: momentos, acasos e situações que fazem parte da exuberância, finitude e mazelas da vida humana.

Cruz da moça
Video, 5' 56
Uma pequena capela e sua crença bastam para sustentar o mito da Cruz da Moça , relatado através de depoimentos.

Manata Laudares
O duo começou suas atividades em 1996, a partir da observação sobre o universo do comportamento e da cultura da música contemporânea, investigando a produção e vivências sob a égide da era da informação. O duo tem realizado ações, programas de residência e participando de mostras individuais e coletivas dentro e fora do país.

Amplified (bass)
2006
Da série SoundSystem
Impressão fotográfica
113 x 124 x 5 cm (díptico)
Amplified (bass) reproduz fotograficamente duas caixas de graves que foram modeladas virtualmente e fazem parte de uma série de trabalhos que vêm sendo produzidos desde 2006 que investigam aspectos do binômio real/virtual e sua incidência nos corpos, nas coisas e na vida prática, através do som.

Marta Supernova
Marta é artista visual, DJ e produtora. Seu trabalho tece questionamentos poéticos e metafísicos em uma tapeçaria emocional, onde materiais e conceitos se entrelaçam em composições sonoras e visuais. Como DJ, combina os subgêneros da House Music com elementos sonoros orgânicos numa intersecção brasileira e afro-indígena.

Como tocar o ar
2024
Escultura sonora
Caixas de som
30 x 30 x 30cm (cada)
Uma base eletrônica suave (drone) ecoa em duas caixas, posicionadas em lados opostos, criando um diálogo. O trabalho convida à reflexão sobre a relação com o ambiente que nos cerca.

Marcelo Mudou
Marcelo Mudou trabalha com imagens, objetos e sons explora a formação das imagens através de patologias sociais e seu entorno psicológico. Estudou Design Gráfico na ESPM (RJ), IADE (Lisboa) e UniverCidade (RJ). Frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). Participou do festival PornoPorsi (Buenos Aires, 2011) e da Inhame Residência (Rio de Janeiro, 2011), e desde 2013 mantém o selo de música eletrônica experimental Domina, com o qual participou do Festival Novas Frequências (Rio de Janeiro, 2014) e da Ocupação Arte-Sonora no Castelinho do Flamengo (Rio de Janeiro, 2014).

Homenagem a Djalma Corrêa
2024
Fotografia (díptico)
35 x 42 cm (cada)

Pedro Victor Brandão
Pedro Victor Brandão é um artista visual que vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desenvolve séries em fotografia, pintura, vídeo e experimentações sociais que confrontam tradições artísticas em avaliações sobre o presente e o futuro do capitalismo por meio de pesquisas em economia, direito à cidade, cibernética e a atual natureza manipulável da imagem técnica.

Clique no saiba mais
2023
Instalação da série Detemura
480'
Alto-falante paramétrico, recorte de vinil, peça sonora
Oito horas de áudios extraídos da Biblioteca de Anúncios Meta reúnem dicas sobre aumento de engajamento em rede, compras de seguidores, produtos não-regulados e tentativas de golpe.

Ulisses Carvalho
Ulisses é um artista visual que vive e trabalha em Belo Horizonte. Investiga a poética do som como fenômeno e matéria. Explora a visualidade e a tactilidade do som por meio de pinturas, objetos, serigrafias e ações sonoras. Graduou-se na Escola Guignard - UEMG e é mestre em Artes Visuais pela UFMG. Estudou criação sonora na Universidade de Barcelona e arte sonora na EAV Parque Lage.

Souvenir
2024
Série de três pinturas em acrílica e serigrafia sobre papel
Dimensões variáveis
Souvenir é uma série de pinturas feitas a partir de fotografias de atividades sonoro-musicais e paisagens com traços acústicos, ruidosos ou silenciosos. Cenários pictóricos conjugados a imagens gráficas de elementos sonoros representam uma forma simbólica de atualizar a experiência vivenciada na pintura, buscando na memória visual, a lembrança sonora.

Vivian Caccuri
Vivian é uma artista brasileira, que vive e trabalha no Rio de Janeiro. Experimenta o som em composições que desorientam o arranjo convencional das experiências cotidianas. Aparelhagens de som, microfones, alto-falantes, cabos, correntes, redes, bordados, lâmpadas e velas são materiais presentes em suas instalações e performances. Suas investigações tangenciam o corpo, a memória e a história, e a partir da composição de instalações escultóricas e trilhas.

Trítono Frágil
2020
Escultura
Vidro, couro
27 x 25 x 1 cm (triângulo)
24 x 1 cm (baqueta)
O trabalho repensa a solidez dos triângulos de ferro e latão, reconstruindo-os em vidro. Instrumento pouco glamouroso na hierarquia ocidental, o triângulo surgiu no Egito. Suas origens ritualísticas são testemunha e artefato da matriz mística de toda música popular.

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